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Algures por aí, Cabanas de Torres, Portugal

sexta-feira, outubro 29, 2010

Bertold Brecht

Primeiro levaram os negros,

Mas não me importei com isso, Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários, Mas não me importei com isso, Eu também não era operário.

Depois prenderam os miseráveis, Mas não me importei com isso, Porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados, Mas como tenho o meu emprego, Também não me importei.

Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

quarta-feira, outubro 20, 2010

Manter o amor vivo todos os dias

Ontem uma jovem com quem NÓS conversávamos às folhas tantas diz-nos;  Ao ver-vos e ao ouvir-vos, percebe-se a forma como os dois se entendem e vivem uma vida de cumplicidade. Qual a receita, perguntou-me.

Respondi-lhe que, e serve a resposta para todos aqueles que a dois vivem a vida e que querem manter acesa a chama do amor e da tal cumplicidade que se deseja, que as regras são simples, mas que devem ser cumpridas.

1-Partilhem as vossas preocupações e nunca omitam ao outro os problemas que são comuns.
2-Vivam uma vida de verdade onde a mentira e a omissão nunca exista.
3-Brinquem um com o outro todos os dias.
4-Façam amor sempre que Vos apetecer e sem tabus.
5-Tenham paciência um com o outro.
6-Passeiem de mão dada ou abraçados e conversem muito.
6-Não deixem passar um dia em que não testemunhem o Vosso amor, dizendo ao outro que o amam.

Nós fazemos por agir assim dia após dia, e é por isso que SOMOS MUITO FELIZES.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Presença Africana

(Alda Lara, Poetisa da minha terra, ANGOLA)

E apesar de tudo,
ainda sou a mesma!
Livre e esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sagrou.
Mãe-África!

Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou,
a irmã-mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto!...

- A dos coqueiros,
de cabeleiras verdes
e corpos arrojados
sobre o azul...
A do dendém
nascendo dos abraços
das palmeiras...
A do sol bom,
mordendo
o chão das Ingombotas...
A das acácias rubras,
salpicando de sangue as avenidas,

longas e floridas...

Sim!, ainda sou a mesma.
- A do amor transbordando
pelos carregadores do cais
suados e confusos,
pelos bairros imundos e dormentes
(Rua 11...Rua 11...)
pelos negros meninos
de barriga inchada
e olhos fundos...

Sem dores nem alegrias,
de tronco nu e musculoso,
a raça escreve a prumo,
a força destes dias...

E eu revendo ainda
e sempre, nela,
aquela
longa historia inconseqüente...

Terra!
Minha, eternamente...
Terra das acácias,
dos dongos,
dos cólios baloiçando,
mansamente... mansamente!...
Terra!
Ainda sou a mesma!
Ainda sou
a que num canto novo,
pura e livre,
me levanto,
ao aceno do teu Povo!...



(poemas)



terça-feira, outubro 05, 2010

Quem?

Não sei quem és. Já não te vejo bem...
E ouço-me dizer (ai, tanta vez!...)
Sonho que um outro sonho me desfez?
Fantasma de que amor? Sombra de quem?

Névoa? Quimera? Fumo? Donde vem?...
- Não sei se tu, amor, assim me vês!...
Nossos olhos não são nossos, talvez...
Assim, tu não és tu! Não és ninguém!...

És tudo e não és nada... És a desgraça...
És quem nem sequer vejo; és um que passa...
És sorriso de Deus que não mereço...

És aquele que vive e que morreu...
És aquele que é quase um outro eu...

És aquele que nem sequer conheço...

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

domingo, outubro 03, 2010

Hier Encore

Ainda Ontem

Tradução da letra da canção de Charles Aznavour "Hier Encore" que é um retrato de mim.

Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Acariciava o tempo
E brincava com a vida
Como se brinca com o amor
E vivia a noite
Sem considerar os dias
Que corriam no tempo
Fiz tantos projectos
Que ficaram no ar
Alimentei tantas esperanças
Que bateram asas
permaneço perdido
Sem saber aonde ir
Os olhos procurando o Céu
Mas o coração posto na Terra


Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Desperdiçava o tempo
Acreditando que o faria parar
E para retê-lo, e até ultrapassá-lo
Corri e cansei-me
Ignorando o passado
Que conduz ao futuro
Precedia da palavra "eu"
Qualquer conversação
E opinava que eu queria o melhor
Por criticar o mundo com desenvoltura

Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Mas perdi meu tempo
A cometer loucuras
O que não me deixou, no fundo
Nada e realmente concreto
Além de algumas rugas na fronte
E o medo do tédio
Porque meus amores
Morreram antes de existir
Meus amigos partiram
E não mais voltarão
Por minha culpa
Criei o vazio em torno a mim
E gastei minha vida
E meus anos de juventude
Do melhor e do pior
Descartando o melhor
Imobilizei meus sorrisos
E congelei meus choros
Onde estão agora


Meus vinte anos?


(Hier Encore - Charles Aznavour)

sexta-feira, outubro 01, 2010

O meu Campeão

A Equipa de Juvenis do Académico do Funchal em Andebol que se sagrou brilhantemente Campeão Regional da Madeira 2009/2010.
Ao centro,junto do portador do troféu,o meu filho Pedro, Guarda Redes desta equipa.