(Para que fique o registo neste blog de uma carta para a minha doce Violeta que lhe escrevi a 6 de Abril de 2009, pouco dias depois de se ter inciado o nosso romance)
Meu amor;
Resolvi escrever-te uma carta de amor.
Engraçado! Não me lembro de alguma vez ter escrito uma carta de amor. No nosso tempo, julgo que já não se escreviam cartas dessas, e agora, atravessando os 50 anos apetece-me escrever sobre amor tendo-te a ti como tema.
Leta, lembro-me de ti vagamente no passado longínquo de Luanda, na nossa África. É certo que desses tempos tenho mais presente a imagem da tua irmã, tu eras apenas a mana caçula de uma namorada que recordei sempre, e que, mesmo que o negues, estavas sempre com um sorriso, pelo menos para mim estavas.
Passou uma vida, sobrevivemos ao tempo, e uma vez mais a propósito da tua irmã tivemos oportunidade de nos reencontrarmos, por tua iniciativa é certo. Mais velhos, mais vividos, mais sofridos, mas sempre com a recordação dos tempos passados. Adorei rever-te, à tua mãe, ao Roquito, conhecer a Edna e a Maggy (é assim que se escreve?). Fiquei tão admirado, e devo dizer-te, comovido, por saber que guardavas fotos minhas que há tantos anos dera a tua irmã. Porque as terás guardado? Não sei, mas gostei.
Como era costume nos tempos dos nossos pais, fazia-se uma declaração de amor por escrito e ficava-se à espera da resposta da carta dizendo se sim se não. Felizmente hoje já não é assim e embora perdendo a magia da expectativa da resposta dizemos olhando os olhos que amamos.
Hoje, meu amor, quero deixar escrito, para que guardes junto das fotos de há 35 anos e das de hoje que te amo muito. Não vou dizer que não tenha já amado anteriormente. Amei sim, pois nunca consegui ser falso, e todas as mulheres que passaram na minha vida foi por amor, paixão, atracção, o que tenha sido, mas amei-as. Talvez não as tenha sabido amar, ou elas não souberam amar-me como eu queria que me amassem. Mas é passado.
Há algum tempo a esta parte pensava que o meu tempo de amar ardentemente tenha acabado. Estava resignado a viver assim, de fracasso em fracasso, sempre acompanhado mas sempre só. Até o dia em que te vi! Foi dia 7 de Março? Não sei ao certo se foi esse dia, sei sim que a 24 de Março ganhei coragem de to dizer. E quando me disseste que era correspondido fiquei tão feliz meu amor. Foi o dia mais feliz dos últimos anos.
Meu amor, espero sinceramente nunca te desiludir e continuar a merecer o amor e confiança que em mim depositaste. Espero que esta relação dure até ao dia que a morte nos separe, e que esse dia seja muito distante para podermos viver juntos alguns anos de muita felicidade, e que todos os dias te diga que TE AMO.
Vamos então viver a vida lado a lado. Obrigado pela felicidade meu AMOR.
Beijo-te com muito amor,
Teu para sempre,
Zé
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