Aproximam-se a passos largos as próximas eleições presidenciais. São no próximo mês de Janeiro de 2006. A escassos 6 meses do acto eleitoral perfilam-se apenas 2 candidatos passíveis de serem eleitos, ambos apoiados por máquinas partidárias que há 30 anos bipolarizam a Política Portuguesa.
Nada seria de estranhar não fora a falta de renovação e de ideias no seio de ambos os partidos.
Quando o PSD anunciou a possível a candidatura do Professor Cavaco Silva, o Partido Socialista tentou de imediato contra atacar com os seus políticos mais capazes a fazerem frente ao Tecnocrata que nos 10 anos de governação como primeiro ministro deixara uma imagem de eficiência e rigor. E fê-lo com 2 pesos de facto com muito valor; António Vitorino e António Gueterres!
Na minha modesta opinião Vitorino seria sem alguma dúvida o candidato do consenso à esquerda do PSD. É um dos políticos mais brilhantes da nossa actualidade Política. Porém há muito que optou por se desligar de cargos com protagonismo ainda magoado com o episódio que o fez sair do mediatismo político.
António Guterres embora simpático, optou, e bem, por seguir uma carreira mais condizente com o seu perfil, o de Alto Comissário da ONU para os refugiados.
Não restavam muitas soluções ao PS. Entre o apoio a um militante da sua facção mais à esquerda e na minha óptica, sério é certo, mas ultrapassado, optou pela solução de recurso que foi ir à prateleira convidar uma dos seus mais emblemáticos militantes e fundador, Mário Soares!
É para mim um erro, tanto do partido como do próprio Mário Soares. Pelo prestígio alcançado, como diria Herman, não tinha nexexidade de se expor ao vexame de uma derrota eleitoral mais que certa. Mário Soares tem 80 anos terá 81 quando e se for eleito e acabará o seu mandato com 86 anos!
O PS, perde, assim, uma oportunidade de corajosamente lançar uma candidatura de renovação, alguém com capacidade e potencial para um dia poder vir a ser de facto um bom candidato. Bastaria escolher de entre o seu grande número de militantes e encontrá-lo-iam certamente.
Resumindo, ambos os partidos não têm sangue novo capaz de por si só ganharem umas eleições e tiveram que recorrer à suas jóias há muito retirados. Salva-se o PSD porque Cavaco é mais novo. Foi um bom 1º ministro, não acredito no entanto que dê grande Presidente da República.
2 comentários:
Viva, José!
Concordo com tudo o que dizes. Tudo.
Faço apenas uma pequena precisão: não foi o PS que o foi buscar; foi ele que se impôs ao PS, para mostrar que só ele está capaz.
Este foi o sapo-mor que Sócrates teve que engolir. Sócrates que não o queria nem por nada. Teve que aguentar. Há hoje no PS muita gente com uma tremenda azia. Com razão.
Tanta azia como a que há em extensíssimas parcelas do PSD a terem que engolir o de Boliqueime. Os que o engolirem, claro!
De qualquer modo, seja eleito um, seja eleito outro, o governo que lá estiver (seja qual for) está tramado. E nós também.
Cavaco será uma fonte de interferência constante ao nível da governação; Soares um desestabilizador como todos sabemos que é.
Quem tiver interesse que os compre. Eu não comprarei certamente e vou fazer aquilo que já prometi: campanha pelo voto nulo!
Não vou deixar-me ir em galegadas. Quem quiser que se deixe ir...
abraço
Ruben
Olá Ruben;
Tens razão, foi ele que montou o cavalo sem ninguém o mandar!
Também não vejo outra opção, a do voto nulo, ou então votar naquele que se candidata sempre...nem sei o nome dele!
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