Os portugueses bateram todos os recordes na ânsia de conseguir levar para a casa um chorudo prémio do Euromilhões. Dentro dos países que participam neste jogo de sorte e azar à escala europeia, os portugueses são, de longe, quem mais gasta na tentativa de obter o prémio mais difícil de conseguir.
O Totobola já morreu, o Raspa uma ninharia, a Lotaria é uma banalidade, o Totoloto um jogo para quem não tem ambição. O pessoal quer é ficar excêntrico, gastando dinheiro que faz falta em casa a registar boletins, para depois se queixar que a vida está cara, que os impostos subiram, etc..
A vontade de ganhar dinheiro fácil é tanta que nem nos damos conta de que se está perante um novo imposto. Aposta-se, obviamente que não se consegue ganhar, e quem ri no fim são as Santas Casas da Misericórdia. Que dêem boa aplicação ao dinheiro e não voltem a pôr a instituição na bancarrota.
É o mínimo que se pode dizer, depois que se instalou a febre do Euromilhões, típica de um povo desesperado por conseguir o dinheiro que o trabalho não dá. O investimento maciço feito nesta modalidade de jogos explica o estado de espírito de um Portugal descrente nas vias normais para ganhar dinheiro: trabalho, modernização, investimento.
A malta sonha acordar com os bolsos cheios de massa, poder olhar o patrão de cima para baixo, nem sequer se dar à maçada de se despedir do trabalho, distribuir fartura pela família e pelo santo protector e partir para longe.
Um doce engano que a realidade da vida se vai encarregar de provar
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