Transparência
É hoje ou amanhã que Paulo Morais vai à Judiciária explicar como se processam, na sua opinião, as transferências de dinheiro dos organismos públicos para os privados.
O ainda vereador da maioria na câmara do Porto lançou, ao dizer o que disse, uma verdadeira bomba em ano de eleições autárquicas. O Poder Local, que se tem auto-qualificado como mais reprodutivo, mais limpo e mais próximo dos cidadãos, está em xeque. Não é todos os dias que um vereador de uma câmara tão importante dá uma entrevista como a que foi publicada no último número da revista Visão.
Morais acaba por dizer em voz alta aquilo que muitos diziam pela calada. O autarca tem a vantagem de estar num local privilegiado para ver, ouvir e contar.
Isto é, deve provar perante a Polícia Judiciária e o Ministério Público as graves acusações feitas, porque muita gente suspeita que as relações entre os poderes públicos e o sector privado nem sempre primam pela transparência.
A legislação deve ser mudada, para tornar tudo mais transparente. Para os eleitos pelo povo saberem de que forma devem agir. Para os privados saberem que podem apresentar os preços que entendem como justos para conseguirem ganhar uma empreitada ou um fornecimento.
Também resulta óbvio que os partidos precisam de receber mais dos orçamentos do país e regiões, para não dependerem de esquemas. E devem ficar proibidos de receber subvenções privadas.
Para que tudo fique às claras. Para depois ser possível cortar a direito e castigar os prevaricadores.
Ivo Caldeira
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