Gostava de ter fé, sim, a fé que vejo transparecer naqueles que acreditam na vida para lá da morte. Questiono-me porque já não a tenho, eu que a tive, e a perdi. E perdi-a por julgar que a minha inteligência estava acima de crer sem ver, sem sentir, sem a viver.
Digo-me agnóstico tentando resistir à perda dessa fé que invejo e admiro nos que a têm, resisto ao termo ateu porque na realidade o não sou, acredito que haja qualquer "coisa" para lá de nós, inteligência superior, forças cósmicas, sei lá.
Admiro os ciclos perfeitos da natureza, a queda da folha no Outono, o renascer prenhe de força do verde na Primavera, as marés, o ciclos lunares sempre certos, a fertilidade que permite a vida de todos os seres que habitam este planeta.
Mas, as minhas questões continuam e subsistem; O nosso pequeno planeta é apenas um ponto num universo que se desconhece o tamanho, e dizem ser infinito. Mas o que é o infinito? Um ponto, um planeta mais dos milhões que se sabe proliferarem por esse infinito universo.
Questiono-me sem resposta possível quantos desses milhões de planetas são suportes de vida, não semelhante à nossa mas com vida certamente, muitos com vida inteligente dentro dos parâmetros que consideramos inteligência, ou mesmo possivelmente de nível superior. Se nesse infinito número apenas 0,001% tivessem vida teríamos de considerar ainda um número substancial de astros habitados por seres vivos. Esta questão leva-me à dúvida, serão todos também filhos de Deus, do mesmo Deus que as nossas Religiões terrenas assumem ser o único? Ou..., por cada planeta há um Deus diferente que gere esse planeta e que responde perante uma hierarquia que gere todo o Universo? Jesus Cristo, dito filho de Deus, veio à Terra para salvação das almas de todos os seres ou teve de passar pelo mesmo sacrifício pelo infinito número de outros planetas?
Outra questão; Segundo a Religião Católica e julgo Islâmica, só os humanos são filhos de Deus. E os outros seres vivos? Nascem, vivem, morrem e não têm direito à vida eterna? Nesse aspecto acho mais lógico as religiões Asiáticas particularmente o Budismo que entende ser a vida uma passagem de evolução espiritual e que cada ser vivo vive uma fase evolutiva até atingir a perfeição e não ter de voltar a encarnar num corpo.
Por outro lado assistimos diariamente aos pregadores das inúmeras religiões e seitas garantirem que apenas a sua garante um lugar junto de Deus. E então quem nasce numa região cuja tradição Religiosa é outra são condenados à tal fogueira eterna, dito inferno mesmo que sejam pessoas de bem e praticantes do respeito pelos outros tenham uma vida exemplar?
Enfim, tanta dúvida para o qual eu gostava de ter resposta ou acreditar que afinal é tudo mais simples, bastando por isso acreditar e ter fé. Seria bem mais fácil, mas infelizmente as questões não me deixam e por isso as dúvidas também não. Quem me dera não pensar tanto. Quem me dera ter fé e acreditar sem ter que ver como S. Tomé.
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